Moderno é ser vintage

Julia Maretto Julia Maretto
Sobrado 1939, Ana Sawaia Arquitetura Ana Sawaia Arquitetura حديقة
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Local: um sobrado de 1939 no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Desafio: realizar uma reforma e revigorar o sobrado já velhinho. Desejo da moradora: uma casa que servisse tanto para morar quanto para trabalhar. Solução da arquiteta Ana Sawaia: manter a planta original, trocar os subsistemas do prédio e criar um novo anexo nos fundos da casa. 

Ou seja, o antigo sobrado, já um pouco desgastado pelo tempo, teve seu layout e design atualizados para os dias atuais. A arquiteta fez um belo trabalho de revitalização, procurando manter algumas características originais. O assoalho de madeira no s dois andares foi salvo com um tratamento especial. As esquadrias de madeira, que já estavam em um estado de manutenção ruim foram trocadas por réplicas modernas. 

Em outros momentos, o projeto arquitetônico faz referências ao estilo das décadas de 30 e 40, mas de forma atualizada. Já a cozinha, por exemplo, ganhou um piso moderno e mais duradouro. 

Confira esse projeto maravilhoso, um encontro do antigo com o moderno: imperdível e lindo!

Fachada tradicional

O projeto procurou encontrar um equilíbrio entre manter características e influências clássicas da época em que o sobrado foi construído e atualizar sua arquitetura para uma tendência mais moderna. O resultado é impressionante e de um trabalho muito bem feito. A fachada externa foi recuperada procurando manter as melhores características do estilo dos anos 30/40. A fachada recuperada ganhou uma pintura em branco e as portas externas foram restauradas. Já as esquadrias de madeira das janelas não puderam ser recuperadas e foram trocadas por réplicas com vidros temperados para um melhor isolamento acústico. 

O corredor, visto ao lado esquerdo da foto, teve seu piso trocado, pois estava muito danificado e não pôde ser mantido. No lugar, a arquiteta escolheu usar ladrilho hidráulico, também ao estilo original da arquitetura da época.

O quarto

Nesse quarto espaçoso, uma história curiosa da reforma. Quando a equipe abriu o forro do telhado, a arquiteta se apaixonou pela estrutura e quis mantê-la exposta. Ela conta que uma estrutura tão linda merecia ser vista. Por isso, temos o prazer de ver as tesouras de madeira em forma de triângulo que puderam ser mantidas, pintadas de branco pois o tom de madeira original não pode ser encontrado. Uma das tesouras estava quebrada e teve que ser trocada. Para não ficar 2 tons distintos de madeira, a arquiteta decidiu pintar as duas de branco. 

Outra história explica o tamanho e a distribuição do quarto. Originalmente, o quarto do casal era 2 cômodos separados. Dois viraram um só enorme com um belo terraço. Os 2 tipos diferentes de piso foram mantidos: assoalho e tacos de madeira. Arrojado e interessante!

Cozinha

A cozinha ganhou um piso moderno de porcelanato super resistente. Super funcional, ele também é duradouro e dificilmente estraga. Tem sido muito usado em cozinhas, pois também é de fácil limpeza. A cozinha tem uma decoração bem bonita e prática. Tudo muito bem iluminado e ventilado. Apenas uma bancada com três bancos no canto, para refeições rápidas, já que nos fundos foi criada uma área de refeições ao ar livre sob o pé da mangueira quase centenária. 

Novo volume

A nova edícula foi uma boa solução, dada a boa profundidade do terreno. Ela foi construída na parte central da casa, criando assim dois jardins. Ou seja, a possibilidade de diversos ambientes e utilizações. O novo anexo possui uma sala multiuso, lavabo e área de serviço. E possui entrada tanto pela cozinha quando pela garagem, como vemos nessa foto. 

Esse pequeno jardim de acesso possui a planta pau-ferro, original da casa e passarelas com placas de cimento. Um antigo muro de tijolos aparente foi recuperado e usado também como apoio dessa nova parte da casa. A nova estrutura também serviu para esconder a caixa d'água e o toldo retrátil do ambiente, com uma viga mais alta e dois pilares de concreto engastados nos muros.

Banheiro

A decoração do banheiro é bem leve e limpa. O branco domina, para balancear com a forte presença das esquadrias de madeira inspiradas nas janelas originais. Uma bela pia com bancada em mármore não deixa o ambiente perder força. 

Teto retrátil

edícula nova segue o estilo de arquitetura revitalizada inspirada nos anos 40, com elementos de madeira, mas com linhas modernas. É um encontro do moderno com o tradicional. 

Nesse novo anexo da casa, deck em madeira cumaru contribui para o aconchego próximo a um belo jardim. A construção usou todos os recuos laterais. 

O ponto alto é a cobertura da sala: um pergolado de madeira cumaru de 3,15 x 5,5 m e vãos de 3 cm que segura uma lona retrátil! Isso mesmo! A ideia era criar uma sala de estar que se transforma em uma varanda sombreada. 

 De acordo com a arquiteta, a cor escura da lona confere uma sensação de infinito ao ambiente. “A ideia foi fazer uma sala de estar que também pudesse virar uma varanda sombreada.”, explica Ana. O ambiente abre-se para um grande jardim nos fundos do terreno, limitando-se apenas por divisórias corrediças de vidro. Outro deck de madeira cumaru leva a um chuveiro externo, e – mais ao fundo – a um piso elevado onde a arquiteta delimitou um espaço de refeições ao ar livre,  Nesse caso, o contemporâneo une-se ao antigo para trazer novas possibilidades de uso.

Jardim e ducha secreta

Um piso elevado delimitado por um quadrado de pedregulhos é o que faz um espaço de refeições ao ar livre super aconchegante e relaxante. Bem embaixo de uma mangueira preservada do antigo jardim da casa. Tudo bem tropical e a cara do Brasil. Espreguiçadeiras ajudam a desenhar o ambiente do jardim como se fossem retângulos em uma pintura abstrata. 

Ao fundo do jardim, a única parede colorida da casa, em um azul vivo, uma ducha maravilhosa. Nada como ter uma ducha em casa. Refresca como uma piscina e sem qualquer trabalho e custo de manutenção. Não é genial?!

Projeto paisagístico

Um mural de azulejos prende o olhar de moradores e visitantes. Criado pelo coletivo Muda, traz ainda mais vida para o local, com suas cores e formas. O projeto paisagístico também foi muito bem planejado, chamando a atenção também. A sombra da mangueira acolhe uma mesa de jantar. Outras árvores preservadas e bem antigas ganham mais tempo de vida, como a jabuticabeira e o pau-ferro. O jardim se desenha ainda com duas espécies de gramas – esmeralda e amendoim – e plantas como as gardênias e fórmios. 

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