Casas pré-fabricadas: eis o futuro!

Sílvia Cardoso – homify Sílvia Cardoso – homify
The Edge: Hyper insulated with MVHR to drastically reduce energy consumption, Boutique Modern Ltd Boutique Modern Ltd منازل
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Charles-Edouard Jeanneret-Gris. O nome diz-lhe alguma coisa? Não? E Le Corbusier? Ah, esse nome já lhe é familiar. Bem, mas não se apoquente, estamos a falar da mesma pessoa. E este artigo não poderia começar de outra forma senão com uma referência ao pai desta coisa tão prática, barata e amiga do ambiente a que chamamos de casa pré-fabricada. É o tipo de casa do presente, do futuro, mas com raízes que vêm bem lá detrás, do início do século XX. Nesta altura, os arquitectos rejeitavam com veemência a posição anti-industrial e elitista que marcava o século anterior. Percebendo as necessidades das massas e com vontade de fazer chegar até elas aquilo que, até então, estava reservado a poucos, debruçaram-se sobre a produção em massa numa lógica de estandardização. Curiosamente, e volvidos cem anos, o mundo em que vivemos, pós-moderno, caminha, ainda neste sentido. Com as preocupações ecológicas na ordem do dia, com documentários e activistas a darem-nos conta da urgência no que diz respeito às mudanças dos nossos hábitos que arruinam, paulatinamente, o planeta, este tipo de casa vai deixar, seguramente, de ser a excepção para ser a regra.

Parece-nos, no entanto, que ainda se olha com algum preconceito para os pré-fabricados. Muitas pessoas pensarão: “Eu? Viver numa barraca? Jamais.” Se se identifica com esta ideia, desengane-se e actualize-se. Não associe este tipo de construção a um estrato social inferior. Há uma indústria milionária inteiramente dedicada a casas pré-fabricadas e modulares. São cada vez mais bonitas, mais confortáveis, adaptáveis a qualquer que sejam as condições atmosféricas, mais auto-suficientes e menos dispendiosas.

Leia com atenção este artigo. É longo, mas acreditamos que, no fim, ficará mais elucidado sobre o assunto. Senhoras e senhores, eis o futuro.

Se a Heidi soubesse disto…

É esmagadora esta imagem. Este edifício, nos Alpes suíços, foi erguido a 3256 metros de altitude. Veio substituir um outro edifício, construído em 1929 e alargado inúmeras vezes para dar resposta à intensa procura daquele local por parte de alpinistas interessados nos trilhos existentes na proximidade. Para corresponder às actuais exigências de segurança, conforto e protecção ambiental, e dada a natureza sinuosa do local, seria necessário investir uma avultada quantia em obras. Assim, optou-se por construir um novo edifício, adequado à topografia do local.

Assim foi. Uma das faces funciona como um amplo painel solar para que se tire o maior proveito possível desta energia sustentável, sendo que as restantes reflectem a paisagem. Só assim podia ser. É tão bonita! Segundo o atelier de arquitectos responsável pelo projecto, Savioz Fabrizzi Architectes, os “métodos de construção tiveram que ser adaptados às condições atmosféricas adversas e aos meios de transporte disponíveis”. Como imaginarão, transportar cimento para um local como este é dispendioso pelo que o seu uso foi reduzido ao máximo. De acordo com a ficha do projecto, disponível no website do gabinete de arquitectura, a estrutura principal é em madeira e os componentes da parede e do piso, o revestimento e o isolamento, foram pré-fabricados e transportados de helicóptero para montagem no local. O telhado e as paredes exteriores são compostas por painéis de aço inoxidável, um elemento sólido que propicia protecção e segurança aos hóspedes. A Oeste e a Nordeste, há poucas janelas para que se armazene o máximo de calor e para que a ventilação seja natural. A cabana inclui 116 camas, um refeitório e uma cozinha profissional. 

Vá lá fazer a mala!

Com os pés bem assentes… na água!

Teria coragem de dormir num quarto flutuante? A AquaReva, projectada pela AquaShell, permite que o faça. São 26m² - entre o interior e o terraço – de pura adrenalina para os mais aventureiros ou de pura tranquilidade na perspectiva mais romântica. A estrutura dispõe de um quarto com cama de casal, de uma casa-de-banho e de uma zona de duche. Pode, no entanto, ser adaptada às necessidades dos interessados, seja para fins privados ou comerciais. Está disponível no modelo Clássico, Premium e Resort. Tem como matéria-prima a madeira, um material resistente a ambientes húmidos. A melhor parte são as grandes janelas para uma também grande vista. Dormir na AquaReva é, decerto, uma experiência inesquecível. E um tanto ou quanto inquietante, pronto. 

Viveria num contentor?

homify

A ideia de que para vivermos em conforto precisamos de o fazer numa casa convencional caiu por terra faz tempo e por isso hoje em dia é possível encontrar uma panóplia de soluções com estilo e um conforto impressionante. 

Uma das hipóteses passa por adaptar os típicos contentores de carga  – apenas uma unidade ou a junção de várias – e fazer deles um lar. No exemplo da imagem, a empresa CSH Container Services da cidade portuária de Hamburgo, conseguiu criar um espaço agradável e que encaixa perfeitamente na natureza e no conceito e estilo de vida da própria cidade. 

A criação de módulos habitáveis construídos a partir de contentores é não só uma forma original e moderna de moldar o seu espaço, como também uma extraordinária oportunidade de aproveitamento de recursos e uma forma económica de construir um espaço que tenha um pouco de si. Numa cidade que vive em volta do seu porto como é o caso de Hamburgo é fácil descobrir a ligação entre estas casas e quem as habita. 

Neste projecto dois conceitos vivem em perfeita harmonia: modernidade e sustentabilidade.

A elegante e misteriosa VIPP

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O estupendo pré-fabricado que vê na imagem instala-se num período que pode variar entre três a cinco dias. Ah, pois é. Já imaginou escolher uma casa e cinco dias depois ela estar pronta? Sem demoras? Obras? Confusões? Que maravilha. Melhor ainda, já vem com todo o mobiliário incluído no preço.

Suspiramos.

A dinamarquesa VIPP tem 75 anos de experiência no que toca ao uso do aço. Este abrigo foi planeado de forma minuciosa e o cliente só precisa de dizer onde pretende que ele seja colocado. O espaço está dividido em dois níveis. Um privado, com o quarto e a casa-de-banho, e outro como zona comum e de convívio. Um muito sofisticado tom negro prevalece e mantém o nosso foco direccionado para o exterior, para que a natureza nos envolva e nos pareça ubíqua.

Convenceu-nos. E a si?

E não é que esta casa é móvel?

Boutique Modern criou a The Edge, em 2011. Este edifício contém um esqueleto em aço que suporta painéis isoladores que formam o chão, as paredes e o telhado. Esta combinação do aço e dos painéis forma uma estrutura maciça que consente flexibilidade no que concerne ao posicionamento das paredes e das janelas. Deste modo, a casa adapta-se às preferências e circunstâncias de cada um. Este tipo de construção, que arreda a necessidade dos típicos alicerces e manipulação prévia do solo, reduz o desperdício e protege o ambiente. Para além disso, e à semelhança das casas que já aqui lhe mostrámos, tem janelas altas para que se insira, facilmente, em qualquer que seja o ambiente. As janelas são orientadas para Sul pelo que o aquecimento, no interior, é maioritariamente fruto da energia solar, também captada por painéis, no telhado.

A Boutique Modern inspirou-se nos designers modernistas do século XX para desenvolver este projecto genial. Aliás, a estrutura em aço galvanizado é influenciada na icónica Farnsworth House de Mies van der Rohe. É esta estrutura que confere ao edifício a solidez necessária para que possa ser recolocado se os proprietários assim o entenderem. É móvel. Mas sem rodas.

Uma casa premiada

Para si, seleccionamos o melhor. O melhor mesmo. Tão bom que a Bluebell Pool House, que é como quem diz, a casa vê na imagem até já foi premiada. Trata-se de um edifício minimalista, que se harmoniza com a natureza, construído com vista a usufruir da energia do sol e que ainda dispõe de uma longa piscina. A cobertura tem uma espécie de erva-pinheira que responde, em parte, ao pedido do cliente, que desejava uma habitação sustentável que se fundisse com a vida natural em redor. Mas não é tudo. A fachada em madeira isola o edifício e dispensa o recurso a aquecimento pesado. Para uma construção rápida, recorreu-se a madeira laminada cruzada pré-fabricada.

Irmãs gémeas

São como casas siamesas. Feitas em madeira e zinco, acomodam dois quartos, casa de banho, zona de estar e, ainda, uma garagem. O projecto revela cuidado paisagístico. As casas, ainda que mais modernas, assumem o formato das outras casas do local. Assim, não destoam, nem parecem saídas de contexto. Repare que a parte mais envidraçada do edifício é o vértice. Desta forma, obtém-se maior privacidade e controla-se a entrada de calor visto que o pré-fabricado está virado para Sul. Para salvaguardar a privacidade dos vizinhos e impedir que se espreite para a casa deles a partir do topo, os ângulos foram pensados de forma a obter vistas controladas. Más notícias para os coscuvilheiros! 

Redonda

Com os locais de instalação da casa ainda por definir, a KWK Promes, o gabinete responsável pela standard hOuse, aventurou-se no projecto de uma casa redonda que ficasse bem em qualquer que fosse o sítio, daí o “O” em “hOuse” merecer destaque e ser numa letra maiúscula. Para além dessa particularidade, o telhado da casa também pode variar consoante a vontade do proprietário, assim como a definição das divisões no interior. Como em todas as casas que temos vindo a mostrar, esta também tem como pedra basilar uma preocupação ecológica. Assim, todos os materiais de construção são naturais e as fontes de energia renováveis. O facto da madeira ser pré-fabricada reduziu drasticamente os custos, mantendo, todavia, a qualidade.

Unifamiliar

Fica em Alicante esta vivenda unifamiliar construída com madeira de abeto aplicada nos acabamentos, revestimentos e estrutura. A preocupação ambiental e a auto-suficiência em termos energéticos, através da implementação de painéis fotovoltaicos, são o mote do pré-fabricado. Ainda que de rápida construção – demorou apenas dez dias e não foi necessário qualquer tipo de maquinaria – os materiais têm qualidade e são acessíveis. Nesta vivenda, de olhos postos no futuro, as águas residuais são purificadas para gerar água quente. Num mundo em que as preocupações ecológicas proliferam, optar por este tipo de habitação revela responsabilidade e bom senso.

Precisa de um refúgio?

Mostrámos-lhe nove pré-fabricados espaçosos onde podia viver ou passar uns agradáveis dias de dolce fare niente. Para o fim, guardámos um refúgio. Vive numa casa onde o silêncio é raro? Precisa de trabalhar concentrado, mas tem as crianças a correr de um lado para o outro? Procura inspiração e sossego para escrever um livro? É músico e quer fazer um estúdio? O jardim e a piscina precisam de uma casa de apoio? Tem, tão-somente, a urgência de um espaço de absoluto silêncio só para si? Eis a solução. Um pequeno pré-fabricado no jardim que pode servir todos esses propósitos sem que seja necessário gastar muito dinheiro. É essa a proposta da Crusoe Garden Room que tem à disposição seis modelos distintos que funcionarão como extensão à sua casa, numa espécie de “vá para fora cá dentro”.  Pode, até, servir como um anexo para receber hóspedes que, assim, usufruirão de maior privacidade e conforto. Convencido?

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